DESAPRENDI A VOAR

By Tiago Ferreira - 24.12.15

Ainda não sei ao certo qual é o sentimento de estar livre. Já me senti vivo e livre e já me vi pairando pelo caos alheio. Eu me sinto danificado, quebrado e inutilizado, mas não consigo encontrar o real motivo de tanta vontade perdida. Eu me lembro que minhas palavras ecoavam dentro do coração de todos e ninguém podia jogar qualquer acusação contra mim. Eu já lutei por mim, pelos outros e por causas que tinham como objetivo cortar minhas asas. Não estou perdido. Sei exatamente onde estou, mas sinto que não estou exatamente onde queria estar. Alguma coisa me prende, algum sentimento - talvez - me segura e alguns medos me mantem no chão. Acho que desaprendi a voar, acredito que não sei mais como bater as asas e tenho certeza de que estou quebrado. Não quero perder nada, não quero ter que falar nada e desejo acreditar que meus medos são ilusões. Eu sei que reprimir o que sinto não é o correto, mas aqueles que eram dignos da minha confiança foram para longe e não podem mais atender meu chamado. Tenho tanta coisa presa na garganta e não posso me mexer para mudar o que tanto me incomoda! Eu sei que já voei feito um animal livre e sei também que já rompi várias barreiras numa outra vez. Se as respostas fossem de mais fácil acesso, eu não estaria tão imóvel e angustiado com tanta incerteza...

Desaprendi a voar

Alguma coisa me prende e me sufoca. Não há o que fazer a não ser esperar. Estou me segurando para não colocar para fora tanta angustia e tanta ansiedade. Os julgamentos alheios me corroem e os olhares repugnantes me devoram vivo. Não quero esconder o que estou sentindo, mas não tenho em quem confiar! Não me sinto um pássaro morto, mas minhas asas não servem para nada. Diversas coisas morreram na minha vida, muitas emoções foram protagonistas de sentimentos ruins no palco da minha vida e as incertezas derrubaram qualquer esperança trazida pelo amanhecer.

Desaprendi a voar

Não me sinto triste! Não estou melancólico! Pare de transformar minhas palavras em armas! Cansei de seguir os versos certos. A vida não faz sentido, então eu também não preciso fazer. Eu escrevo por amor; escrevo pelo rancor; escrevo pela tristeza; pela a alegria; pela revolta; pelas incertezas e escrevo por MIM! Não sei mais voar... Tenho medo de voar... Estou com os pés no chão há muito tempo e meu pobre coração não aguenta mais sofrer com a solidão e com as decepções provocadas na terra da decepção. Ainda ontem concatenei um plano que me levasse para longe e me devolvesse a habilidade de voar. Ainda ontem concatenei uma forma de GRITAR bem alto tudo que está preso nas minhas cordas vocais. 

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