CICLO DA LUA - CÉSAR MAGALHÃES BORGES

By Tiago Ferreira - 4.7.18

"Ciclo da Lua" é o nome do livro de poesia do autor nacional César Magalhães Borges. A edição que detenho foi publicada pela Editora Plêiade e distribuída pelo governo de São Paulo às escolas públicas.

Ilustração retirada do livro "Ciclo da Lua" de César Magalhães Borges. 
A simplicidade da poesia do autor é o que de fato chama a atenção em sua obra. César não buscou se prender em regras estruturais e muito menos fez questão de introduzir a musicalidade das rimas em suas composições. A falta de rima não tirou de suas estrofes o poder de musicalidade - isso o livro possui de sobra -, mas atribuiu ao autor uma possibilidade de ser livre em escolhas de palavras. Sem se prender ao que é geralmente esperado em uma poesia, o autor de fato traz inovação e variedade ao cenário literário atual.

"Clico da Lua" - Por quê?


"Aura louca de sua íris

irá sempre além dos olhos

Loira halo brilha:
é mel na ilha de seus olhos

Sua luz sonora
brilha além da hora
em que me faz ouvir

No leito leite de sua pele
deito em deleite e me vejo
assim feliz,
Como nunca fui,
assim feliz

Mel no halo de seus olhos,
na íris louca de sua aura,
me sinto a toda hora
só feliz,
Como nunca fui,
assim,
feliz. - (BORGES, César Magalhães. Lua Nova. In: Ciclo da Lua. Plêiade, 2011, p. 18)


O livro traz esse título por justamente conter uma separação de ciclos referentes à lua. São cinco partes fazendo referencia aos ciclos da lua e uma última parte sendo o reinicio desse ciclo. Além dessa separação, a edição da obra também apresenta cada estação climática do ano, ou seja, cada ciclo da lua está ligado a cada estação. Junto a isso, as fontes e suas cores são alteradas para dar ao leitor essa sensação de mudança.

Em suma, o autor separou suas composições em ciclos que fazem menção aos aspectos de cada fase e de cada estação. Ele não fala das estações, somente liga o sentir das suas estrofes ao sentir de cada uma delas.

Além do mais, a diagramação do livro é bastante artística. Poemas curtos e longos ganham formas dentro de cada página. O poema "dado", por exemplo, é diagramado como se parecesse um dado. As palavras ganham movimentos quando ora estão à direita, ora à esquerda. Essa possibilidade de estruturação deixa a leitura bem leve e suave. Eu já li esse livro umas quatro vezes. Essa possibilidade de movimentar as palavras, utilizando os recursos artísticos, trazem ao trabalho do autor uma jovialidade inesperada. César fugiu do comum e nos presenteou com poemas simples e únicos.


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O espaço "Indicação" aqui no LM está passando por mudanças. Utilizarei a tag para falar sobre autores nacionais que acompanho e já li, além de diversas outras indicações em potencial. O César foi o primeiro. Você conhece algum autor que eu deveria ler? Comenta aí.

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