"Notei a existência do desanimo
Em cada história que contei
Reparei a presença do cansaço
Em cada folha que folheie
Vi um pouquinho de desistência"
Chão, caminha sozinho, uma esperança
É exatamente o que ele vê, a verdade
E ainda que doa rever, é melhor revirar
Ele precisa daquilo que está lá trás
Pois sua história foi escrita sem suas palavras
Olhe para o lado, para cima, para baixo
Veja ele atingir o chão que não trilhou
Vai saindo do roteiro, veja ele em pé
Ali na frente do desfiladeiro, perdido
Caminhe pelo chão que ele não pisou
E toda direção agora fez parte da história
Foi escrita fora dos olhares, longe do tempo
Acredite na visão que seus olhos capturam
Nem ele acreditava que se perderia, ficaria só
É importante que veja a cena dentro da história
No chão, no céu, no tempo ou no espaço
Veja as fotografias que ele não registrou
Caminhe pelo chão que ele não pisou
Agora ele te observa, te vê, te escuta
E nem é possível reescrever a história
De que cor é o cabelo dele?
Castanho claro, escuro, loiro?
Você não conseguiu ver o que morava nele
Não conseguiu capturar o que emanava dele
O vento leva o que ficou, sopra para longe
Ele precisou dar um passo para frente
Para além do desfiladeiro, voou
E você não alcançou a natureza dele
Não sabe o que seus olhos viram
Não soube se ele era amor.
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