
Eu fui dor, fui ira
Eu fui ódio, rancor
Eu fui muitos, um só
Machuquei, matei
Eu gritei, cochichei
E quando não coube mais
Eu escrevi
Quando transbordei
Criei
Quando não coube mais
Sonhei
Com o lápis na mão
Escrevi
Com a câmera em punhos
Fotografei
Eu fui peso, martírio
Eu fui prepotência, incompreensão
Eu fui amor demais, egoísmo
Humilhei, pisei
Eu desacreditei, afastei
E quando não coube mais
Eu escrevi
Foi assim que renasci
Que recriei
Que curei as feridas
Foi assim que vivi
Aprendi na escola da vida
A não deixar de ser gente
Quando transbordei
Reconheci
Quando não coube mais
Fui imperfeito
Feito de erros e dramas
Quando não pude mais ser
Optei por não ser.
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