COMO PEGADAS - VISUAL TEXTO

By Tiago Ferreira - 20.4.18


Nunca quis construir grandes castelos e muito menos causar uma boa impressão por todo lugar que eu passasse. Eu jamais almejei ser eterno ou ter minhas decisões e ações eternamente grudadas em mim. Quero deixar meus passos por todo lugar até que eu consiga voltar para casa, até que eu consiga não me esquecer de tudo que fez parte da minha composição.

Não quero que a acusação ou que o julgamento me façam lembrar que em todo trajeto que fiz eu estava lá. Quero me lembrar de ter passado por todos os lugares que passei fazendo uso apenas das memórias que me compõem. Quero me recordar dos meus acertos e dos erros sem ter que ser cobrado por isso.

Preciso que saibam que por todos os caminhos que decidi trilhar eu sempre estive lá. Preciso que me vejam como pegadas que logo desaparecerão, que logo o vento leva, o mar apaga e que nunca poderão ser eternas. Preciso que meus erros não sejam a única lembrança de mim, necessito que meus fracassos não sejam a definição de pessoa que sou, imploro que meus insucessos não me definam.

Estou aqui vivendo os caminhos que escolhi trilhar e também me predispus a errar, a acertar, a amar, a desistir, a chorar, a sorrir, a desgostar, a caminhar, mas jamais consegui me preparar para ter que lidar com a acusação e com todos os discursos de rancor que sempre permearam as minhas quedas. Eu quero que meus erros sejam tratados como pegadas na areia; mereço perdão. Quero que toda a infelicidade que provoquei seja entregue ao tempo; mereço ser esquecido. Quero que todas as vezes que não amei sejam ignoradas; não sei o que é o amor. Só não posso aceitar que esqueçam que eu também vivi meus erros e fui vitima dos erros que não eram meus.



Vamos conversar?


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