ANDANDO PARA TRÁS

By Tiago Ferreira - 26.6.18

Não tenho muito o que dizer e sinto que não existe mais o que provar. Cheguei ao estado de satisfação no qual meu espirito se tranquiliza e percebe que não exitem mais razões para lamentar. Parece que não existem mais lágrimas para rolarem e muito menos sorrisos forçados a serem distribuídos. O espaço entre o viver e o medo de viver já não é tão grande quanto ontem. Corri atrás de respostas e acabei encontrando uma conclusão. O medo não consegue mais me fazer recuar. 

Mesmo que a vida seja feita de transformações, não existe coisa melhor que voltar ao inicio para encontrar os motivos que me levaram a caminhar. Eu me transformei dezenas de vezes e mudei o bastante para não conseguir me auto-identificar. Fui deixando cada parte de mim para trás enquanto curtia todas as coisas desimportantes da minha vida. Houve tempo para correr, caminhar, viver e só não existiu importância suficiente com o que mudava ao decorrer da estrada. Foi legal não ter que lembrar o que ficou para trás e foi um alívio conseguir chorar o suficiente sem entregar minhas fraquezas. Sabe, as transformações da minha vida me jogaram para longe do ponto de partida, mas estou disposto a voltar ao inicio para encontrar o jovem que fui antes de me viciar em catástrofes.

O que vejo lá trás são certezas tão certas que me perco nas incertezas que rodeiam a minha atual realidade. Estou em outra vaibe, sem me preocupar com distrações e sem correr atrás do que não possui valor algum. Vivo outro momento, sem vontade de me estressar com o que falam de mim e sem tentar justificar o que me trouxe até aqui. Meu objetivo é percorrer o caminho até o começo de tudo. Só quero conseguir chegar até o meu ponto de partida. Estou correndo para trás e me deparando com tudo aquilo que o tempo apagou, levou ou destruiu. Eu não quero mais motivos para desviar o meu olhar do que vejo lá trás e muito menos preciso ver todas as transformações levarem as minhas convicções para o olho do furacão. Estou curtindo a minha corrida até a minha originalidade, até o que se desprendeu de mim e ficou no caminho.

Viver feliz com as cores que me coloriram e com as decepções que me desbotaram, é o que preciso para continuar fora dos sentimentos podres. Viver na contramão do rancor e conseguir ir de encontro com o passado sem sofrer, é o que me faz querer estar afastado do ódio gratuito. Todo caminho que trilho em direção ao passado está cercado de dores e olhares vazios demais para serem apreciados. Agora eu sei que não existem mais sentidos para delimitarem minhas visitas até o que ficou para trás. Está tudo bem claro.

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