NÃO SEI COMO TENHO AGUENTADO

By Tiago Ferreira - 31.3.19


A maldade chegou e feriu a paz, colocou um ponto final na segurança e despertou o medo. O olhar cheio de veneno penetra a alma e faz tremer a estrutura de quem só ficou com o bem como arma, como escudo, como justificativa e como combustível. As investidas do mal tão conseguindo romper a parede de proteção que separa o desistir do fracassar. O mal é mais uma vez real e não apresenta justificativas para as suas ações, não mostra critérios para suas ações e nem sequer explicitou o motivo de ser eu a receber a raiva que emana da infundada mágoa que norteia os motivos de viver de um alguém qualquer.

Eu continuo em pé e não sei até quando. Não sei bem como fui me tornar mais uma vez o foco da diversão de outrem que tem cultivado minha desistência, meu pedido de socorro e viu em mim uma oportunidade para se fazer grande. Eu só queria usar o meu direito de chorar sem que minhas lágrimas fossem motivo de alegria, queria poder sair da cena sem que minha ausência significasse uma vitória, queria poder encontrar a paz que tenho cultivado e não mais ser seguido pela ruindade que vê em mim motivos para se alimentar. Continuo em pé e não sei se faço certo em demonstrar ao meu odiador que não sinto dor, que suas investidas são em vão, que tenho minhas crenças firmadas na paz e que cheguei até aqui depois de morrer inúmeras vezes. Voltei a pisar em cacos de vidro e voltei a ostentar um sorriso que disfarça a dor, disfarça a vontade de revidar.

E se eu iniciar um contra-ataque, consigo revidar tudo que tenho recebido? Se eu descer a parede de proteção e baixar o nível conseguirei fazer meu odiador perder os motivos para me odiar? Ainda não sei bem como usar o mal para o bem e nem sequer sei como conseguirei encontrar nas investidas do meu odiador as razões de que preciso para não desistir. Eu só precisava saber se eu devo chorar ou sorrir, se devo revidar ou me calar, se devo desistir e me retirar. Não sei como tenho aguentado até aqui o mal continuar a me perseguir por cada passo que dou. Estou imóvel agora e não sei qual a próxima decisão tomarei.

  • Compartilhe:

VEJA TAMBÉM ESSES DAQUI

0 comentários