TRIUNFO

By Tiago Ferreira - 13.8.19



Depois de um tempo, a agente aprende a não justificar mais o silêncio. Depois de um certo tempo, a gente aprende o valor do que deve ser valorizado e aprende a encarar os dias nublados com bons olhos. Depois de determinado momento, a gente deixa de fazer questão, se faz de surdo, se faz cego, se faz de mudo. Depois de caminhar tempo suficiente para entender a grandeza, a gente para de devolver o mal com a mesma baixeza. É, a gente sabe o momento certo para se sentir grande.

E depois que a vitória foi transformada em arrogância, a gente aprende a dar credibilidade para quem não desdenhou da dor sentida ontem. Vamos seguindo reféns da verdade ou vitimas da mentira. Vamos crescendo instáveis, vamos desconstruindo o que já sabíamos. Parece louco parar para pensar que anteontem a gente nem sequer fazia questão de vencer. Anteontem pensávamos em sobreviver para contar histórias, para alertar os desavisados sobre o preço contido na vitória. O fardo de anteontem é pesado para se carregar sozinho, então descrevo em palavras não ditas o percurso traçado rumo ao novo dia.

O amanhã ainda questiona o peso da vitória e faz soar como desespero os detalhes contados por quem não teve o poder de escrever a história. Depois de percorrer um ardo e exaustivo caminho buscando um propósito para cada passo, a gente vai se desapegando da necessidade de encontrar qualquer espécie de empatia. Hoje fica evidenciada a necessidade da alegria vivida na desgraçada, assim como fica clara a importância das lágrimas que não foram derrubadas. Como um gigante cheio de grandes emoções, tecemos alguma moral para as aventuras vividas diante de cada novo medo. Agora deixamos de lado a garra para gargalhar. Deixamos a frieza para ser firme no propósito de não sermos robotizados pela desimportancia. É importante viver cada glória da derrota, então seguimos escrevendo uma nova história.

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