Se eu devo seguir daqui sem compreender o que te fez romper com a recíproca, faço questão de ir com o que existe de mim em você. Não sou mais composto das coisas que emprestei, mas quero todas elas de volta. Viabilizei minha partida sem grandes considerações. Faz um certo tempo que tenho preferido não considerar, não analisar e não relutar com o prazo de validade natural das coisas. Eu só quero o que é meu por direito. Quero minhas musicas, quero minhas frases, quero minha sabedoria e inteligência. Faço questão de pegar de volta a admiração que te emprestei, a empatia que te mostrei e a importância que depositei na nossa relação. Quero todos os meus méritos, todos os meus acertos, todos os meus trejeitos e todo o respeito que te entreguei.
Preciso que aceite meus termos, que me devolva o que te dei, que me deixe ir sem me fazer sentir refém. Por favor, devolva os chocolates que te dei, devolva o carinho que te ofertei e me ajude a te deixar. Não te devo dinheiro, não te devo satisfação e não te devo consideração, mas te prometo deixar - embrulhada com carinho - sua traição. Deixarei bem na altura dos seus olhos a apatia que você me deu, a frieza que me entregou e o rancor que esperava me ver cultivar. Deixarei sua duplicidade, sua falsidade, sua hipocrisia e sua soberba emolduradas para que você consiga se lembrar dos avisos que te dei. Deixarei você em seu mar de arrogância para que se afogue no veneno que destilou. Estou levando comigo a luz da sensatez, a possibilidade de diálogo, a transparência e o poder.
Eu estou liberto de você.
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