A gente cresce sendo adubado pelo egoísmo. Somos avisados que a vida é regada por decepções, por frustrações, por prostrações, por medos, por receios e por parâmetros que sempre vão nos jogar para longe de uma possível plenitude. A amplitude do ser é perceber a singularidade do estar, do vivenciar, do experienciar, do sentir, do sorrir, do chorar e do querer. A vida não é uma fórmula determinada por aqueles que já trilharam seus próprios caminhos. Ninguém detém todas as respostas - e já falamos disso por aqui - e ninguém jamais poderá projetar suas próprias vivencias para barrar o caminhar de outrem. A vida perpassa aquilo que já passou. A história, que é escrita no nosso cotidiano, é exclusivamente nossa. Mesmo que pareça similar, cause identificação, nosso trajeto não pode se basear em tentativas constantes de ser enquadrado em caminhos que nos foram impostos como parâmetros.
A gente precisa aprender a ouvir, a ver, a sentir, a ter empatia e a admirar o percurso que não é nosso, mas também precisamos aprender a criar nossos próprios meios, a trafegar por estradas nossas, a nos ver na imensidão de todas as possibilidades que ainda podem ser nossas. Basta de permitirmos que o conhecimento alheio intervenha nas nossas próprias certezas, que projetem sobre nós aprendizados egoístas, que tentem induzir nossos passos e a corromper nossas próprias tentativas. A vida só é viva para aqueles que escolhem seus próprios caminhos, que escolhem suas tratativas, determinam suas prioridades, nutrem seus sonhos e suas certezas, que aprendem com base em potencialidades e conseguem aprender sobre sua própria expansão, sobre seu próprio crescer. É importante sempre lembrarmos que não existe uma fórmula para se viver e que nem sempre podemos permitir que os oráculos intervenham nas nossas próprias possibilidades.