A tolice que acompanha a nossa juventude nem sempre justifica nossos erros, mas a possibilidade de errar é justa e justifica toda e qualquer ação humana. Nem sempre somos maduros o suficiente para reconhecermos que nossas ações feriram e/ou mancharam a visão ou o amor que alguém possuía por quem éramos, mas, na condição de resiliência, é possível encontrar perdão ao ser vitimado pela erro do outro. Ser jovem é aprender constantemente e, mesmo que alguns acreditem que persistir nos erros não passe de uma tolice, os ensinamentos demandam tempo. O tempo é completamente subjetivo e - quase sempre - subestimado por alguns. Nada melhor que o tempo para curar, ensinar e mostrar se algo vale um sorriso ou uma lágrima.
Ser jovem é basicamente a essência do aprender. Enquanto pudermos aprender com o outro, com nossas atitudes, com as palavras, com os sentimentos e com todos os recursos disponíveis na terra, seremos jovens. Tão jovem quanto o erro de ontem é o ensinar de amanhã. Ninguém cresce sem luta, sem desgosto e muito menos sem dor. Viver é buscar provações mesmo quando tudo parece calmo, é se colocar em provas quando tudo parece provado, é conseguir sobreviver mediante ao não planejado, é confiar em algo que está além de nós, além das nossas forças. Ser jovem é aceitar que é possível errar ontem, errar hoje e amanhã até que o aprendizado seja assimilado, seja compreendido. Não faz parte da condição humana viver sem provocações e, como jovens, o que é mal encontra exatamente nesse aspecto razões e forças para tirar de nós o que temos: nossa juventude.
Não sou e nunca fui nenhuma espécie de religioso ou qualquer coisa do tipo, mas é fácil perceber que o nosso trajeto é composto por duas energias diferentes: o bem e o mal. O bem é aquela força que nos guia dentro da tempestade, segura nossas mãos e ilumina os nossos caminhos. O mal é o tipo de energia que nos faz acreditar que estamos no controle de tudo e, como seres humanos, somos logo de cara seduzidos pela possibilidade de sermos melhores, sermos autênticos ou parte de um grupo. Estar bem - dentro dessa conotação "bem e mal" - é decidir no que acreditar e no que se apegar. Ser "bem" e ser "mal" está intrinsecamente ligado ao que decidimos no nosso cotidiano. Nossas ações nos conduzem enquanto o mundo nos seduz. É seguindo esse prisma que hoje reconheço os caminhos trilhados por mim. Não tenho sido nem "bem" e nem "mal" e aparentemente uma dessas duas energias se aproveitou das minhas duvidas para manipular minha imagem, minhas ações e, por fim, me fazer de fantoche.