Nossa história de vida é buscar, mesmo que incansavelmente, a luz. Quando falamos de buscar, pensamos sempre em algo bom. Até aqui descobrimos que o bom é raro, mas, por vezes, enxergá-lo também requer alguns atributos como resiliência, persistência e coragem. Esse parágrafo pretende deixar de lado o quanto a vida pode se basear apenas em suas próprias controvérsias - o que nos empurra para longe de potencialidades positivas e, por vezes, deturba nossa visão das coisas. Nem tudo é bom, como nem tudo é ruim - e essa verdade deve estar clara e apreendida por todos nós. Entretanto, como encontrar a luz ou olhar para sol sem fechar os olhos?
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Girassóis. O heliotropismo faz como que os girassóis, durante seu período de maturação, permaneçam seguindo a luz do sol ao decorrer do dia. Esse fenômeno faz com que o lado sombreado se desenvolva forte e robusto, mais rápido e saudável, enquanto o lado voltado para o sol permanece absorvendo a luz para fortalecer a vitalidade da planta em crescimento. De leste a oeste, percorrendo um caminho para alcançar a maturidade, os girassóis buscam o sol por ser uma característica inata. Será que devemos ser como os girassóis? Gosto de pensar na planta jovem, na possibilidade de naturalmente pleitear sua existência de maneira simples e objetiva. Os girassóis também são conhecidos pelo tempo de vida curto. Após a maturação, a planta adulta se volta para leste até que seu findar chegue. Não estamos falando de um período muito longo, mas um tempo aproveitado. Reconhecendo a finalidade da sua existência, os girassóis cumprem o seu propósito: usar recursos, meios, crescer, maturar e servir beleza.
Poderíamos ser como girassóis? Voltados para a luz, firmados no nosso propósito e responsáveis pela nossa própria beleza? Acredito, pelo menos atualmente, que para termos os girassóis como inspiração é imprescindível que portemos a resiliência. Nosso tempo de vida, geralmente, é longo. Não nascemos voltados para leste sabendo a direção da luz e, muitos de nós, jamais alcançaremos a maturidade com a certeza de que voltaremos para leste ao findar de nossas trajetórias. De certo, você e eu podemos afirmar que passamos mais tempo voltados para oeste, sem luz e sem certezas, tendo colecionada poucos períodos de exposição à luz. As analogias estão todas feitas, mas preciso deixar registrado que os girassóis tomam a importância da luz solar para sua existência.
Como existimos sem as analogias e as metáforas? De onde vem a importância do nosso existir? Eu poderia falar por mim: existo por mim e não fui (e não serei) como um girassol. Ainda construo a minha própria maturidade em tantos os aspectos, assim como ainda descubro e reorganizo as minhas fontes de energia. Fisiologicamente, estou vivo. No aspecto biopsicossocial ainda me descubro, me protejo, me resguardo, reaprendo, descontruo e me reafirmo. A maior similaridade que hoje faço questão de comparar com os girassóis é que ainda nasço voltado para leste e termino meu dia voltado para leste. E agora já sabemos que não estamos falando apenas de girassóis.

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