A VIDA É MESMO INJUSTA

By Tiago Ferreira - 20.9.23

A vida é um compendio de injustiças - e isso nós já entendemos. Mas o que fazer com aquilo que não é justo? Eu sei que não podemos parar diante da injustiça e deixar entendido que está bem, mas também sei que nem sempre poderemos reagir. Então, sem esgotar as possibilidades, podemos pensar na transformação daquilo que se apresentou contrário aos nossos valores, assim como podemos pegar nossas coisas e ir embora quando a injustiça parecer injusta o suficiente para causar uma ferida e não uma dor. 

Estamos o tempo todo discutindo sobre como é ruim viver - pelo menos sempre estamos pontuando algumas problemáticas. O cotidiano é um amontoado de reclamações, de sacos cheios, de serviços chatos, de insatisfações e por a vai. Não quero falar aqui sobre gratidão, mas quero dizer que ela - a gratidão - sempre parece como um monstro perigoso. A gente teme o agradecer e desconfia daquilo que não se apresenta como ruim. Implicamos até com a rotina que nós mesmos criamos e tememos mudar qualquer aspecto. Viver é um porre, mas estamos todes vivendo, então refaço a pergunta do primeiro parágrafo: o que fazer com aquilo que não é justo? E não se engane, pois não estar grato não é sinônimo de estar ingrato.

A gente sai andando com uma bolsa cheia de qualquer coisa, esquece a garrafa de água, pensa no boleto que ainda ficou para pagar, já vai chegando no trabalho com coisas para fazer ou chega no estágio pensando com quem fará dupla, e assim a vida vai acontecendo. A gente não costuma pensar naquilo que queremos, de levar em consideração aquilo que desejamos, entramos num automático ou as metas estão sempre em segundo plano? Não tomamos a quantidade de água recomendável, também não pensamos nas três principais refeições do dia. Só queremos que o dia seja mais um dia. Isso tudo reflete a justiça ou está em conformidade com a injustiça? Sabe, aprendi muito nesse último ano e uma coisa me chamou muita atenção: a gente pode formalizar queixas, pode dizer que está errado e pode não está conformado. Não existem motivos o suficiente para que nossa voz seja calada, mesmo que o próximo boleto esteja para vencer. Um dano psicológico pode ser irreparável.

Aquilo que nos pertence é justo. 

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