Estamos o tempo todo discutindo sobre como é ruim viver - pelo menos sempre estamos pontuando algumas problemáticas. O cotidiano é um amontoado de reclamações, de sacos cheios, de serviços chatos, de insatisfações e por a vai. Não quero falar aqui sobre gratidão, mas quero dizer que ela - a gratidão - sempre parece como um monstro perigoso. A gente teme o agradecer e desconfia daquilo que não se apresenta como ruim. Implicamos até com a rotina que nós mesmos criamos e tememos mudar qualquer aspecto. Viver é um porre, mas estamos todes vivendo, então refaço a pergunta do primeiro parágrafo: o que fazer com aquilo que não é justo? E não se engane, pois não estar grato não é sinônimo de estar ingrato.
A gente sai andando com uma bolsa cheia de qualquer coisa, esquece a garrafa de água, pensa no boleto que ainda ficou para pagar, já vai chegando no trabalho com coisas para fazer ou chega no estágio pensando com quem fará dupla, e assim a vida vai acontecendo. A gente não costuma pensar naquilo que queremos, de levar em consideração aquilo que desejamos, entramos num automático ou as metas estão sempre em segundo plano? Não tomamos a quantidade de água recomendável, também não pensamos nas três principais refeições do dia. Só queremos que o dia seja mais um dia. Isso tudo reflete a justiça ou está em conformidade com a injustiça? Sabe, aprendi muito nesse último ano e uma coisa me chamou muita atenção: a gente pode formalizar queixas, pode dizer que está errado e pode não está conformado. Não existem motivos o suficiente para que nossa voz seja calada, mesmo que o próximo boleto esteja para vencer. Um dano psicológico pode ser irreparável.
Aquilo que nos pertence é justo.
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