O novo sempre parece chamativo quando olhamos da vitrine, mas não parece bem atrativo quando está se inserindo nas nossas vidas. Não estamos falando de desconfortos, mas de sensações relacionados ao fato de que o novo está sujeito a protagonizar - seja lá de que forma. O novo dia traz consigo uma esperança, uma sensação de recomeço. É assim pela manhã quando sentimos o cheiro de café novo. Idealizar novas possibilidades também potencializa novos sonhos, assim como instiga a buscarmos instrumentos para construir caminhos para obtermos aquilo que desejamos. Estar com o novo não significa nada além de estar com o novo em mira.

Se a cada novo dia a gente revisita a memória para lidar com o hoje, então também visitamos a consciência para dar significado aos espaços que preenchemos, aos sonhos que sonhamos, ao que determinamos querer e/ou precisar. A cada novo dia a gente revisita a memória para dar significados ao conhecido, para evitar aquilo que já tivemos contato e julgamos como negativo. A memória é seletiva, manipulável e determina o quanto de nós será aplicado no hoje. Consciência de si, de fala, de raça, de gênero, de local de um monte de coisas compõe nosso dia. Cheios de meandros para satisfazer a memória que selecionamos, para ressignificar o ontem que precisamos engolir, para aprender aquilo que ainda está fresco na memória. A consciência é aquilo que consideramos memorável e não tão distante daquilo que julgamos ferramentas para o novo.