Minhas mãos estão amarradas e minhas asas estão quebradas.

Para escrever hoje eu uso minhas mãos amarradas e minha mente grita palavras de dor e tormento. Não decidi ficar ao lado da razão por ser simplesmente composto de uma gama de emoção. Só escolhi me permitir sofrer e padecer com o descontentamento com a realidade desfavorável da minha vida emprestada.
Não fui atrás do bom ou do ruim e não mergulhei de cabeça no inferno, mas não sei como cheguei onde agora estou. Eu nunca soube o que de fato eu precisava, mas sei que não precisa seguir por esse estrada exaustiva e interminável. O inferno é meu e eu sou do meu inferno, mas se eu não conseguir caminhar descalço pela brasa não conseguirei ser o dono do meu caminho, o senhor da minha tragédia. Não busquei atalhos e não semeei espinhos, mas vivo constantemente colhendo horrores e martírios.
Eu não busco o paraíso. Não sei o que buscava, mas sei que não busquei o que encontrei, o que vivo agora. Devo ter buscado uma historinha um pouco mais feliz, com mais sorrisos e menos lágrimas. Um caminho com mais flores e menos espinhos. Uma canção mais feliz e menos desgraçada.
Artur Cacossi
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