CARTA AO SUICÍDIO - MONÓLOGUZ

By Tiago Ferreira - 23.3.18

Reprodução: Fotografia retirada do blog Monóloguz.

Depois de um suicídio já é tarde. Quantos fizeram seu papel? Não adianta o remorso do que não se foi feito pra reverter ou até do que se foi feito pra ocasionar. Na verdade, quantos desfocaram do próprio umbigo pra olhar pro próximo, quiçá notar alguma diferença que tenha ficado em evidência. Às vezes nos achamos fortes o suficiente pra não precisarmos do outro ou fracos demais pra cada um ser por si e se virar sozinho. Sinceramente foda-se isso, quando o amor se desvai dos corações repletos de egoísmo. Quem sabe o essencial fosse tão simples que estivesse contido em gentileza ou cortesia. E ainda que crenças e religiões condenem o ato suicida, não nos pertence o malhete do juiz pra que possamos julgar. Se foi fuga, coragem, fraqueza, egoísmo, já não importa mais. Se lâminas fizeram a vida escorrer, excesso de medicamento ou uma corda no pescoço, importa menos ainda. Não escrevo aqui pra arrependimento ou culpa, que não levarão a lugar algum do passado, escrevo pra empatia, que sim, pode levar a algum lugar no presente que possa mudar um futuro.

Esse escrito foi retirado do blog Monóloguz e é de autoria do Matteus Portillo. Só estou republicando aqui porque achei completamente incrível o tema do assunto. Matteus conseguiu dar seriedade e serenidade a um tema que me assombra constantemente, além do tom magnificamente poético que me alcançou e me fez ter coragem de ler.

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