Os caminhos que tenho percorrido - até o momento - se apresentam solitários. Pelo menos no meu caso, a solidão não se materializa como um problema de alta relevância, mas aqueles que perseguem e/ou temem o poder do conhecimento aprenderam a utilizar a solidão de outrem como ferramenta de desestabilização. Viabilizar recursos para enfraquecer, sufocar e destituir do seu lugar quem vivencia seus processos de autoconhecimento é um recurso antigo de quem não aceita a consciência para além da memória. De certa forma, o perfil do perseguidor é sempre o mesmo: alguém que te boicotou e te fez permanecer longe de tudo aquilo que você poderia conhecer. Se concluo que a solidão já nem me alcança como um problema relevante, também pondero a respeito do poder e da segurança que ela me proporciona. É sabido que sigo articulando meus propósitos e analisando tudo que se estabelece ao meu redor, então estou consciente das investidas e das tentativas de manipulação do meu silêncio, da minha imagem, das minhas falas e dos meus processos solitários.
A quem atribuo a vilania da perseguição do meu percurso? Para quem dou relevância e poder de influência em meus processos, de contribuir para as minhas conquistas? Não creio que a primeira pergunta seja coerente, mas a segunda poderia se respondida de forma concreta e vitoriosa: tenho estabelecido novos heróis e buscado novas referencias. É importante alterar o tom do diálogo que estabeleço nesse texto, pois o protagonismo do meu crescimento não é atribuído a quem tem desespero dele. Construir meios de conhecimento próprio, ser analítico das coisas e das pessoas que estão inseridas no meu cotidiano, estar atento aos processos e acontecimentos que permeiam a minha vida e sustentar a minha voz e a dialógica de uma causa são méritos que construí. Jamais me apropriei de discursos vazios para dar conforto a quem carrega o contentamento de ser o centro do seu mundo, de ouvir apenas as vozes do seu nicho de pertencimento e se posicionar com base nos seus privilégios para ver sucumbir a humanidade e a dignidade do outro. Tenho sido considerado incômodo por me levantar para exigir respeito e consideração, assim como tenho deixado de ser bem quisto por questionar aqueles que declararam ser o império da razão.
Sou protagonista e estou no auge do meu papel. Só queria deixar uma pergunta: você conhece o perfil daqueles que temem seu crescimento?
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