Não me devolveram os sonhos que me foram tomados, assim como jamais tive de volta as palavras que não pude dizer. Há tempos não vejo mais as histórias que escrevi e guardei, assim como não tive mais a chance de fotografar as paisagens que vislumbrei. Fui transformado em vilão, fui usado como instrumento de diversão, mas jamais tive a chance de fazer com que as risadas que não dei voltassem a ser engraçadas. Não me devolveram a alegria que não senti, assim como nunca mais consegui recordar daquelas vezes que gargalhei ao assistir o entardecer de mãos dadas com a solidão. Ainda não me devolveram o título de bom moço, assim como jamais tive de volta o triunfo que me fora arrancado por ter vivido cada passo que dei.
Entre a distopia e a cura: protagonismo nipo-brasileiro em “Tempos
Amarelos”, de Verônica Yamada
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Produtividade ininterrupta, obsessão por aumento de performance e uma
rotina sem sentido e sem afeto. Poderíamos estar falando…
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Há 18 horas