
Iremos desejar que o hoje termine de maneira imediata para que o amanhã chegue, mas iremos querer que o amanhã se abrevie para que o depois de amanhã chegue - e assim iremos vivendo um dia de cada vez: querendo evitar um dia de cada vez. Mesmo que o planeta siga em rotação, a gente faz pequenas pausas na caminhada. Seja para descansar, para cuidar daquilo que adoeceu, para redefinir a rota ou simplesmente para desistir. Opressão diária que nos cerca, fortaleça nossas lutas e seja combustível para nosso caminhar. Transformar aquilo que se apresenta como horror é um dom de criança que a gente tenta recuperar depois que cresce. Sabemos que os dons das crianças estão com a gente o tempo todo, mas é tão difícil querer dançar na chuva quando se enxerga apenas uma tempestade. Tudo é gigante, constante e intenso que começamos a considerar que a vida percorre em pequenas doses de veneno.
Não, não tem como fugir. Dá para evitar, fingir, atuar e até mesmo ignorar, mas tudo se movimenta para longe e para perto como uma constante. O que é um desafio a ser superado é a construção de um local seguro. Começando de dentro para fora, desde a mente ao coração, blindando a alma e estabelecendo perímetros seguros para caminhar. A vida não vai ser como imaginávamos na infância, mas podemos nutrir alguma crença. A minha crença é que em algum lugar existe um oásis.
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