Costumava ser pequeno e singelo
Mas ao mesmo tempo grande e opíparo
Costumava ser covarde e tímido
Mas ao mesmo tempo corajoso e extrovertido
Costumava ser feliz e completo
Mas ao mesmo tempo triste e incompleto
Era dual
Era dois
Ou um
Ou mais que dois
Que três ou quatro
Dentro de um único corpo
Todos existiam de uma só vez
Era livre para ser o que queria
O que fosse
Ou até mesmo o que não fosse
Poderia ser aquilo que ninguém queria
Quem nem mesmo ele queria
Mas que ao menos fosse
Ninguém o entende ou o entenderá
Jamais existiu ou existirá
Uma alma igual ou similar
Uma pessoa com tantas outras
Dentro de um único olhar
Agora ele é único
Unicamente muitos
E costuma não se importar
Pois cada uma dessas pessoas
Que ele consegue se transformar
São companhias
- Frias e ríspidas -
Mas companhias.
Entre a distopia e a cura: protagonismo nipo-brasileiro em “Tempos
Amarelos”, de Verônica Yamada
-
Produtividade ininterrupta, obsessão por aumento de performance e uma
rotina sem sentido e sem afeto. Poderíamos estar falando…
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Há um dia
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