O MÍNIMO PARA EXISTIR

By Tiago Ferreira - 25.8.23


Sobrevivência. Uma daquelas palavras que provocam, me causam certo desconforto. Tenho dois polos para encarar o conceito de sobreviver, e um deles diz sobre vencer mais dia, vencer com aquilo que se tinha naquele instante, com tudo que poderia ser feito naquele momento, naquele dia, naquela história, naquele enredo. Tá tudo bem conceituar o sobreviver como não sendo a plenitude do viver, outrora que um de seus antônimos é sucumbir. Então, se sobrevivemos, não sucumbimos. Não perecer naqueles dias difíceis é uma pequena vitória, não que tenhamos que simplesmente aceitar pequenas doses de coisas boas que a vida nos pinga, afinal merecemos mais. Mas também nos cabe o agradecer - seja lá a quem ou ao que.

Não perecer também é sinônimo de luta, mesmo que essa seja nossa condição de vida. A gente está o tempo todo estancando o sangue de feridas abertas no cotidiano, mas não são feridas estancadas que falam por nós quando revisamos nossa história. Tenho tomado a palavra sobrevivência como uma provocação pessoal, pois estamos juntes tempo o suficiente para que eu deseje o viver. Sobre o viver eu tenho as minhas próprias considerações e elas são categóricas em ponderar a respeito de todos os critérios de qualidade que precisam ser manejados diariamente. Por que não simplesmente viver? 

No meu caso - minha percepção - estou gerenciando conflitos o suficiente para mergulhar na sobrevivência como aconchego e segurança. Estou dando o máximo de mim para o máximo de coisas que demandam performances. Esses dias me cobrei sobre o mínimo, onde estava o mínimo de mim? Sem parece arrogante e/ou prepotente, eu sempre estou performando o máximo. Talvez isso esteja atrelado com a necessidade constante de sobreviver. Quem quer sobreviver precisa explorar o máximo da sua existência, sem sequer cogitar não entregar ao mundo o direito de questionar o respirar. Discordo da visão de qualidade pautada em alta performance, pois posso dentro do meu cansaço, fluindo na minha vivência, dar o mínimo de mim para existir.

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