
Certos defeitos a gente estima, trata como se fossem algo nosso, ligado ao íntimo. Gosto de passar horas falando sobre o que gosto e, se ninguém mediar a conversa, vou longe discursando. Incrível como somos pedaços de erros e de acertos, mas uns falam mais que outros. Um dos sinônimos de defeito é imperfeição, podendo ser física ou moral. Também pode ser aquilo que tem um mau funcionamento, que não conseguiu cumprir seu papel como os demais. A maior parte das vezes está nas mãos de terceiros definir os defeitos e as imperfeições, desconsiderando uma série de potencialidades. Tratamos a peculiaridade que existe em nós como uma imperfeição, mesmo sabendo sobre a inexistência da perfeição. Quando os defeitos precisam ser questionados e quando as depreciações precisam compor a análise das nossas tratativas pessoais ou da convivência coletiva?
A crítica pode ser unilateral, partindo de um apontamento próprio, uma autoanálise. Permanecer atentos ao que não nos faz bem, mas falar além da conta não é algo que vai destruir alguém. Algumas das nossas características, aquelas que permeiam a convivência coletiva, precisam de atenção redobrada. Na coletividade, quando pensamos no local da pluralidade, temos quem fala e temos quem escuta - e ainda tem aqueles que são eleitos para falarem por grupos. Trago a coletividade para ilustrar sobre um "defeito" que é a impossibilidade de escuta. Comecei esse parágrafo falando que algumas críticas podem ser unilaterais, mas outras não. Ouvir é aprender sobre si. Não dê poder para que seu lugar seja questionado, mas escute percepções pautadas na preocupação com quem você é.
Geralmente, quando me apontam imperfeito e desapreciado, permaneço como sou e estou. O Tiago que escreve está seguro nas características dos seus próprios apontamentos.
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